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domingo, 5 de setembro de 2010

Blue Moon (Lua Azul)

Vi um texto super bacana sobre a Lua Azul no DONA PERFEITINHA e fui pesquisar mais. Achei esse muito interessante.

Blue Moon

 
JOSÉ ROBERTO V. COSTA
Astronomia no Zênite
O Universo é tudo para nós

“Once in a Blue Moon...” Era uma vez, numa Lua Azul. A tradução literal sugere que a Lua adquiriu essa bela cor, por algum motivo qualquer. Mas não é bem assim. Essa expressão recorda uma história quase cômica contada nos países anglo-saxões no século XVI.

Quando um cavaleiro queria ser gentil com sua dama, mas sem assumir um compromisso mais sério, simplesmente dizia — Eu me casarei contigo numa noite de Lua Azul. Apesar da proposta romântica, a idéia era que esse momento nunca chegasse, o que adiaria a cerimônia indefinidamente não fosse por um detalhe: a Lua pode mesmo ficar azul.

Lua do amor impossível
É verdade que o falso pretendente sempre levava vantagem. A Lua só fica azul em situações muito particulares, raras mesmo, quando a atmosfera terrestre colabora de um jeito muito especial. Foi o que aconteceu aos indonésios durante a erupção do vulcão Krakatoa em 1883, quando foram vistas muitas luas azuis naquele ano, para desespero dos rapazes.

Em outras palavras, Blue Moon significa algo muito raro, como sugere a expressão em inglês que abre este texto, comum em livros infantis de língua inglesa, e cuja possível tradução seria algo do tipo “era uma vez, como nunca...”.

Blue Moon é um termo popular na Inglaterra e Estados Unidos, sendo usado com frequência em poesias e canções. Aliás, apesar da tradução tentadora, neste caso o melhor mesmo é usar o termo original, já que a expressão Lua Azul não tem relação com nenhuma lenda do folclore nacional.

A primeira ocasião em que a expressão Blue Moon apareceu na literatura foi em 1528, num poema pertencente a ninguém menos que o dramaturgo inglês William Shakespeare. Começar uma história dizendo que tudo aconteceu numa noite de Blue Moon pode significar uma lenda fantasiosa ou algo extremamente difícil de acontecer.

Aliás, Blue Moon tem diferentes conotações no idioma inglês. A música com esse mesmo título exprime solidão, melancolia. E para os que anseiam por um compromisso sério, a noite de Blue Moon é uma data mais que especial para iniciar um romance. Talvez um amor impossível.

Duas luas cheias num mês
Mas o fato é que ao norte do equador – não se sabe ao certo quando nem porquê – Blue Moon também passou a denominar a segunda Lua Cheia que acontece num mês.

Normalmente os meses têm apenas uma Lua Cheia, pois o período que separa duas fases iguais é de aproximadamente 29,5 dias. Mas todos os meses, exceto fevereiro, são mais longos que isso. Assim, com um pouco de sorte é possível que a natureza encaixe duas luas cheias num único mês. E isso acontece 7 vezes a cada 19 anos, em média.



BLUE MOON EM VÉSPERA DE ANO NOVO COM ECLIPSE
 
Blue Moons são raras. Blue Moons que acontecem em véspera de ano novo são ainda mais raras. Um eclipse lunar numa noite de Blue Moon em véspera de ano novo... Bem, isso já é ridículo!

Mas foi exatamente o que aconteceu em 31 de dezembro de 2009, último dia do Ano Internacional da Astronomia. O eclipse foi parcial e visível apenas na África, Europa, Ásia e parte do Estado norte-americano do Alaska, onde a foto abaixo foi tirada.

A Blue Moon aconteceu porque no dia 2 do mesmo mês foi Lua Cheia, permitindo que outra Lua Cheia surgisse no céu antes do mês seguinte. A última vez que houve uma Blue Moon em 31 de dezembro foi em 1990. Sua próxima oportunidade não virá antes do final de 2028.

Algumas pessoas insistem em dizer que aquela foi uma noite de Blue Moon, mas como se percebe na foto, a Lua está mais para orange — e dependendo do calendário que se use, ela pode nem mesmo ser a segunda Lua Cheia do mês (veja o quadro BRINCANDO COM O CALENDÁRIO). Mas quem liga para isso, se agora você já pode olhar para a mesma Lua de sempre com outros olhos
 
Texto: tradução livre de SpaceWeather.com. Foto: Dave Parkhurst.
 
O azul que vem do fogo
Um luar realmente azul é ainda mais raro que uma noite de Blue Moon. Quando o satélite muda de cor é sempre por conta de algum fenômeno atmosférico, e portanto observado apenas localmente, por certas populações do globo. Além disso, muito mais freqüentemente a Lua fica vermelha ou alaranjada. É o que costuma acontecer durante os eclipses lunares totais.

Especialistas afirmam que para a Lua ficar azulada é preciso que o ar contenha apenas partículas em suspensão maiores que o comprimento de onda da luz vermelha (menos de um milésimo de milímetro). Só assim essa cor é completamente absorvida, deixando passar o azul. Isso é muito difícil de acontecer, mas erupções vulcânicas e incêndios florestais podem produzir tais nuvens de partículas.

No final do século XIX não havia dúvidas sobre luares estranhos (quer fosse Lua Cheia ou não), por causa dos efeitos da explosão do monte Krakatoa. Considerada a maior erupção vulcânica da história moderna, ela despejou poeira na atmosfera equivalente a uma explosão de 100 milhões de toneladas de dinamite (veja quadro abaixo).

Embora não seja de interesse dos astrônomos, a Blue Moon serve ao nobre propósito de atrair a atenção das pessoas para as belezas do universo, possibilitando textos de divulgação científica como este. Mas se a sua idéia for mesmo fugir de um compromisso, pense de novo – e verifique (abaixo) quando será a próxima Blue Moon. Repare que se depender da Lua, você não tem como escapar...

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